segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Os cheiros de dezembro














Foi tanto o amor que nos deu nesta vida
Que nem cabe em nós, de tanto, de tanto
Sua presença que ora volta, ora silencia
A socorrer nossos jardins
Judiados pelas secas e pelos maltratos
Que trazemos dentro de nós

Já vemos que o tempo,
Que nos afastou, nos aproxima
Reconforta as dores
Acumuladas nesta vida
Por saber que ao final desta lida
Estará a nos esperar em vigília

Pela estrada de terra batida
Por sobre a ponte de madeiras partidas
Nos aromas do capim e das flores
À vista dos pés carregados de laranjas
Seremos, outra vez, crianças
Segurando sua mão na hora da partida


Para minha avó Cecília, dos seus primeiros netos

Marcelo Augusto Vieira Graglia

São Paulo, 11 de dezembro de 2017