quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Angústia

E no final vai restar
Aquele silêncio denso, insuportável
A sensação de esperar algo que nunca chega
Uma solidão tão só no meio de tanta gente
Um vazio no peito
Um desespero d'alma

Como se tivéssemos enterrado vivo o nosso sentimento
E assim o abandonássemos no meio da floresta
Ainda pulsando, inocente

E agora a angústia, o nó na garganta
Está tudo tão estranho agora
Um pensar em ocupar-se de um sei-lá-o-que
O distrair-se com o que não tem importância

E a falta de fome e a sensação de febre
E a expectativa da volta à rotina do normal
É o normal o único caminho?
Quem foi que disse?

Alguém que não amou além das cenas
Além das regras, dos tratados, das leis
Das convenções, das religiões, da moral

Alguém que só amou contido, quadrado
Sem graça, sem conhecer amor como este
E o que acontece agora, quando tudo perde o sentido?

Só escuto o silêncio
Só vejo a espera, que nem sei se termina
Não tem nada amanhã

Só ausência


Marcelo Vieira Graglia

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